A fase está difícil. Sinceramente, penso que estamos todos sem o mínimo de tesão pelo Grêmio. A direção segue procrastinadora em relação ao futebol, e isso acaba estourando lá na ponta com atuações pífias do time.

Reconheço alguns progressos na parte administrativa do clube (por exemplo, a redução da cláusula de barreira) que vêm acontecendo no clube. E isso se dá graças a algumas figuras que entraram há pouco no CD e estão lá lutando por um clube realmente organizado.

Infelizmente, melhorar tão somente a estrutura do clube é como  fazer obra de canalização de esgoto: ela é muito boa e traz benefícios, mas não aparece. Já o que aparece (ou seja, o futebol) está jogado a própria sorte. Some-se a isso o fato de que, ao invés de tomar uma postura "a la Fernando Miranda" e assumir que não vamos perseguir título algum e sim arrumar a casa, vem um Simões da vida, clamando pelos holofotes, bradar nas rádios que o Grêmio tem time pra ser campeão. Não digo que isso seja uma inverdade mas dado o contexto atual, eu espero mesmo é não cair. O que vier é lucro! E o que mais entendia do negócio e se esforçava bastante pelo clube (o César Cidade) pediu o boné.

A torcida já largou o time de mão, afinal de contas, não se consegue colocar mais de 15 mil em dia de jogo no Olímpico. E isos é péssimo. O time precisa de nós. Precisa de nosso apoio nos 90 minutos e nosso protesto se for o caso. Mais do que isso, ele precisa de sócios para decidir pelo futuro do clube, para ter receitas e montar times mais competitivos, etc. Mas para este momento, precisamos achar uma centelha de ânimo para continuar seguindo em frente.

Vamos tentar levantar a cabeça e ver o que dá pra salvar desse ano.

Após 5 jogos sem sentir o gosto doce da vitória, eis que ela nos sorri neste último domingo. Mesmo com um primeiro tempo sofrível - e aqui destaco que é sofrível porque o time ainda está assimilando uma organização tática -, no segundo tempo vimos um Grêmio tranquilo, organizado e, inclusive, ensaiando algumas jogadas de mais efeito. Méritos do Júlio Camargo que aos poucos vai implantando sua filosofia de futebol.

Chamo a atenção para três jogadores que fizeram a diferença no último jogo: Marcelo Grohe, Mário e Gilberto Silva. Nosso goleiro tão chamado de "horácio", "braço curto", "mão de alface" e tantos outros adjetivos nada honrosos provou que tem SIM bola pra defender a meta Tricolor. Confesso que não senti saudade nenhuma de Victor no gol. Mário foi bravo e brilhante. Jogou com classe e fez um cruzamento primoroso para o gol do Gilberto Silva. Ah, o Gilberto Silva... jogou muito ontem! Roubava a bola dos adversários de maneira limpa, com classe.

Embora a vitória tenha sido alvissareira, não podemos nos iludir. Até as engrenages estarem bem reguladas, vamos ter momentos de instabilidade dentro do campeonato. Mesmo assim, é com alegria que vemo a chegada do Júlio no comando técnico e os primeiros efeitos deste trabalho que, espero eu, seja duradouro e proveitoso.

Mas nem tudo são flores. O presidente Odone mais uma vez cedeu às tentações da imprensa em forma de perguntas maliciosas e cometeu mais um gol contra a sua gestão. O presidente deveria gastar seu tempo exaltando a vitória e o novo caminho que ela representa para o clube, ao invés de ficar atacando políticos, politiqueiros e "falsos Gremistas".

Enfim, seguimos o baile. Julinho, estamos contigo!

Está ficando cada dia mais chato acompanhar os comentários sobre o Grêmio. Está tudo errado, vamos cair pra segundona outra vez, o time é podre, o presidente é um boçal, o CD é omisso e composto por ovelhinhas, e por aí vai.

Muitos dizem que vão largar tudo de mão, não pagarão mais a mensalidade, porém, não se dão por conta eles que ao fazerem isto, estão abrindo mão de mudar o Grêmio. Não, não estou contente com os resultados (ou a falta deles) obtidos na atual gestão. No entanto, de nada vai servir apenas ficar criticando e não fazer nada para mudar. E a única maneira de mudar as coisas dentro do clube é SENDO SÓCIO DO GRÊMIO e VOTANDO NAS ELEIÇÕES!

Lembro da última eleição para o CD em um 11/09/2010 de tempo feio e chuvoso que não foi suficiente para impedir a mim e outros quatro mil e tantos sócios a escolher seus representantes no CD. PRESTEM ATENÇÃO: temos cerca de 60 mil sócios atualmente, no qual um pouco mais de 20 mil estão aptos a votar. Destes, somente 1/5 (UM QUINTO) dos sócios habilitados para voto - logo, cerca de 4 mil - exerceram seu direito de mudar o Grêmio. Número vergonhoso este.


Portanto, se tu não gostas da forma como as coisas estão e queres mudar, TE ASSOCIA JÁ! Ainda dá tempo de estar apto a votar na próxima eleição do CD em 2013. Se tu gosta ou não do atual presidente ou dos futuros candidatos, teu apoio e tua crítica só terão algum valor se tu fores lá e votar neles. Caso contrário, tua palavra não terá valor algum, Será pura e somente CORNETA.

Eu voto nas eleições do Grêmio, portanto posso cobrar resultado das gestões. E tu?

A estreia de Julio Camargo a frente do time Tricolor não foi das melhores, porém, não chegou a assustar. Era previsível que o time sentisse em campo o impacto de apenas 3 dias sob o comando do novo técnico. Ao que consta, Julio estressou a parte tática de que tanto carecíamos com Renato*. O time perdeu por tentar se organizar.

É complicado e tende a ser oportunista qualquer comentário a esta altura do campeonato. No entanto, ouso dizer que vai ser um pouco difícil ter uma campanha mais consistente sem reforçar a zaga. Para o meio, precisamos que, ou Douglas volte a jogar, ou que consigamos alguém que faça sombra para ele. Marquinhos, neste caso, serve apenas para grupo ou para substituir um jogador cansado em um jogo ganho. Hoje ele não agregou nada. Nem burocrático ele conseguiu ser.

Seguimos acreditando. Mesmo com um pé atrás, temos que alentar. Evidente que, se necessário, temos que cobrar o clube, mas sem nunca esquecer que nosso apoio durante os 90 minutos do jogo é fundamental.

*Renato
Pensei, repensei, pensei de novo, e resolvi silenciar diante do episódio da saída de Renato. Há dois motivos pra isso:

1. Opiniões futebolísticas são altamente subjetivas por mais que tentemos nos apegar a detalhes mais "técnicos". 
2. Ainda é extremamente difícil para a maioria da torcida descolar o ídolo do técnico.

Para não ser negligente, vou ser breve: já estava na hora de Renato ir embora. Não estava mais valendo o salário que recebia todo mês, sem contar que, mesmo com uma diretoria de futebol por vezes inoperante, existe uma hierarquia no clube que tem que ser respeitada. Renato por várias vezes peitou a hierarquia, como se fosse ele quem realmente mandasse no clube. Assim fica complicado.

Que fique bem claro que Renato sempre será meu ídolo como jogador. Mas como técnico, ele é apenas mais um e o Grêmio para mim tem que estar acima dele. Os ídolos vêm e vão, mas o clube fica.