Desabafo

Não pude ir no estádio, nem ver o jogo ontem. E vendo os melhores momentos depois, percebi que não perdi grande coisa. Este é o Grêmio 2011: não é mais "grande coisa". O time foi engolido pela fogueira de vaidades no Conselho de Administração. E se as coisas não funcionam bem no nível "estratégico", a tendência é que o operacional também perca o rumo.

Agora, com o retorno de Paulo Pelaipe, temos uma chance de reverter o atual quadro caótico do clube. Porém, o remédio é amargo e seus métodos assustam. Pelaipe é um cara polêmico que não tem papas na língua e geralmente tira jogadores do raio que o parta, como foi agora com a contratação do atacante Brandão, o goleador que não fez nem um gol neste ano ainda.

Ouvi de vários amigos, parentes e torcedores em geral que a única salvação para o Grêmio é a volta de Celso Roth. Pior do que ouvir isto, é começar a concordar. Não descarto a vinda do Roth e não o vaiarei, como nunca o fiz, pois se tem alguém que certamente não nos rebaixará será ele.

São tantos problemas que às vezes o torcedor desanima. O time não rende, a politicagem rola solta, o Z4 está aí, enfim, são tantas coisas erradas que fica difícil manter o otimismo. Felizmente temos a garra, a imortalidade, a Batalha dos Aflitos e a Arena como ótimas cortinas de fumaça para desviar o foco de tudo que está errado. Mas a torcida não é burra e sabe que o Grêmio não é uma empreiteira e também não engole este discurso motivacional. O Grêmio é o Grêmio FOOTBALL Porto Alegrense. E é justamente no FUTEBOL que o clube tem que focar, seja com Olímpico, Arena, Baixada, ou qualquer outro lugar.

O torcedor está cansado. Nós todos estamos cansados. E o torcedor já está fazendo valer a sua voz dentro da cancha e fora dela bradando contra a direção. Bem, quem planta vento colhe tempestade.

Hora de olhar para a frente e levantar a cabeça. Ficaremos na Série A. E, se duvidar, comemoraremos isto.

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