Seria uma das últimas obras de Renato?

Torna-se um pouco desnecessário maiores comentários sobre o jogo. Foi um placar elasticíssimo e só não foram mais gols, quem sabe por pena do Ceará. Mais uma atuação convincente de um time que voltou a ter garra. O comando só podia ser d'Ele: RENATO, O SANTO.

Apesar desta vitória maiúscula e convincente, temo que os dias de Renato no comando do Grêmio estejam chegando ao fim. Espero estar redondamente errado mas o cenário que se mostra agora aponta para a saída de Renato do Grêmio. Depois do telefone sem fio patrocinado pela "assessoria", as relações ficaram sensibilizadas, principalmente por declarações dos futuros dirigentes que, de certa forma, "aceitaram" a provocação da imprensa. As respostas estão aí publicadas. Antonio Vicente veio a público dizer que as declarações de Renato tinham sido "inadequadas" quando este pediu que quem gostasse do Grêmio que fechasse a boca, em uma tentativa de trazer o foco de volta para o time. Já Odone foi um pouco mais além e disse que não recebia recado nem apelo de funcionário do clube, transformando o que já era ruído em um barulho ensurdecedor.

Que me perdoe o Presidente Odone mas, me permita ser corneta: Renato não pode SOB HIPÓTESE ALGUMA ser tratado apenas como um funcionário do clube. Renato está acima de todas as diretorias sejam elas vencedoras ou fracassadas, profissionais ou amadoras. Está acima até mesmo do elenco que ele mesmo comanda. Embora ele esteja dentro de um organograma, sua representatividade é muito maior do que seu posto. É por causa dele que o Grêmio vem ganhando associados, que a Grêmio Mania tem vendido mais, que o orgulho Gremista tem sido resgatado e, principalmente, é por causa DELE que os vermelhos se cagam de medo de ver o Grêmio na Libertadores no ano que vem. Um comentário como o acima citado vindo de um Meira da vida, va lá, a gente evidentemente vai entender. Mas vindo de um político tão experimentado quanto Odone, causa surpresa e na minha modesta e isolada opinião, uma certa decepção.

O que não é surpresa é que Renato nunca fora a primeira opção como técnico do Grêmio. Nem com Odone, nem com Duda. Ele só veio para o clube em uma jogada final do Presidente Duda que, isolado politicamente até mesmo por seus aliados (devido à manutenção da dupla fracassada Silas & Meira), cedeu ao clamor da torcida. Se a contratação de Renato foi feita por convicção ou não, nunca saberemos. Pode ter sido uma jogada desesperada para, em caso de um insucesso e uma queda para a série B, o discurso pudesse ser "fizemos o que a torcida pediu. Se não deu certo, isso são outros 500". Devaneios conspiracionistas à parte, o que importa é que uma gestão que foi pífia em termos de futebol está se despedindo com uma nesga de crédito, por ter trazido O Santo e, claro, por este trabalho estar dando certo.

A situação agora depende de um acordo financeiro. Renato diz querer ficar, mas sua proposta soa como se ele quisesse pegar o boné e ir embora assim que o BR'10 acabasse. Claro, a melhor forma de sair por cima é justificar que não houve acerto financeiro. Mas antes de jogarem todas as pedras na nova gestão, vale lembrar que, mesmo sendo Renato, o clube não pode cometer nenhuma loucura financeira. Se sua pedida for mais alta do que os padrões de mercado e as disponibilidades do clube, a tendência é que Renato respire novos ares daqui uns dois meses.

Resta aguardar o fim das negociações. Posso dizer com certo nível de confiança que se não fossem os "recados" em público, teríamos um final feliz muito mais rápido. Dá para acreditar na permanência do Santo? Claro que sim pois, afinal de contas, somos Gremistas e acreditamos até no que é impossível.

Vamos torcer mais do que nunca para que estes últimos jogos do ano não sejam também os últimos jogos de Renato a frente da casamata Tricolor.